No primeiro dia do evento, em entrevista à TV ANAMT, Dr. Francisco Fernandes, presidente da Associação, destacou a boa perspectiva para o 21º Congresso. “A minha expectativa é a melhor possível. Já começamos com temas relevantes em relação à qualidade do exame ocupacional em relação às competências, muito bem destrinchado pela Dra. Elizabeth Dias, acentuou o dirigente ao acrescentar que o grande fluxo de participantes logo nas primeiras horas do evento.
Ele enfatizou também a importância do tema da conferência magna, que administrou no início da programação do primeiro dia, sobre o tema ‘A importância do exame ocupacional na prática da medicina do trabalho’.
“O tópico principal foi relacionado à qualidade do atendimento do médico do trabalho. Entendo que isso está ligado diretamente à manutenção da saúde do trabalhador e para isso é necessário que nós, médicos do trabalho, tenhamos em mente que precisamos coletar dados e realizar o exame físico minucioso de todos os trabalhadores. O trabalhador muitas vezes procura o médico do trabalho não por doença, mas nós podemos detectar várias alterações pré-patológicas que podem nos levar a uma evolução muito melhor do paciente trabalhado,” enfatizou Dr. Francisco Fernandes.
Ele também ressaltou os objetivos do Congresso, acrescentando a relevância do tema tratado pela Dra. Elizabeth Dias na segunda Conferência, no primeiro dia do Congresso, que abordou o tema ‘Competências requeridas ao exercício da Medicina do Trabalho: perspectivas na linha do tempo’.
“Essa edição tem por objetivo focar principalmente nas competências para o exercício da profissão. Encomendei à Dra. Elizabeth Dias a revisão das competências para o exercício da medicina do trabalho. Acredito que isso é importante porque a medicina, como o mundo, mudou nesses últimos anos e nós temos as competências de 2018. Por isso, estamos fazendo essa revisão para adequar as competências que são necessárias para o exercício da especialidade à época atual”, finalizou.
No último dia do Congresso, Dra. Rosylane Rocha fez um rápido balanço. “O que mais nos encanta é o retorno positivo em relação às palestras, o conteúdo científico, os palestrantes, os coordenadores, os secretários de mesa e todos aqueles que participaram junto comigo nessa comissão organizadora científica. Foi um trabalho árduo e que gerou esse fruto maravilhoso que é o Congresso da ANAMT de 2024, nessa cidade maravilhosa que é Belo Horizonte”, afirmou a diretora científica da ANAMT.
“Trouxemos muitos médicos do trabalho de todo estado de Minas Gerais, então, um agradecimento especial a todo corpo diretivo da AMIMT, em nome da Dra. Walneia, e ao corpo diretivo da AMMG, na pessoa do meu amigo Dr. Fábio”, pontuou a diretora.
Ela explicou que a realização de um Congresso mobiliza muitas forças, muitas pessoas de todas as instâncias, para que se possa fazer um grande evento. “Chegando aqui eu já recebi vários retornos positivos e algumas queixas, porque faz parte, e a gente precisa sempre melhorar”, reforçou a diretora. Ao encerrar a entrevista, convidou para a conferência que se realizaria em seguida, sobre ‘Produtividade e Estresse: a arte do essencial’, a ser ministrada pelo juiz de Direito Dr. Haroldo Dutra Dias.
Primeiro dia do Congresso: muitas expectativas
De passagem pelo estúdio da TV ANAMT, Dr. José Reinaldo Rosa falou sobre o lançamento de seu livro ‘Dos cafezais à medicina do trabalho – Uma Travessia’, no primeiro dia do evento.
“É um apanhado que fiz da minha vida desde que descobri que queria fazer medicina aos 19 anos, quando era um analfabeto funcional. Demorei outros 19 anos para entrar na graduação de medicina e, depois de seis anos na profissão, consegui o título pela ANAMT. Conto as barreiras que enfrentei”, destacou o médico do trabalho, que conquistou a especialização em prova realizada em João Pessoa (PB).
Por sua vez, Dra. Gilvana Campos, presidente da ABRAMT, elogiou a programação a partir da escolha de temas da prática diária da medicina do trabalho, e destacou a importância do tema sobre inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho.
“É um tema que está em voga e isso é extremamente importante porque a gente vê que a programação científica está acompanhando o que está acontecendo hoje no Brasil em relação à valorização do empregado portador de alguma deficiência”, frisou a médica, que falou também sobre a realização de evento sobre ‘A Síndrome de Burnout e os desafios na medicina do trabalho’, a ser realizado em 26 de outubro, aberto aos médicos e demais interessados.
Ao falar sobre o Congresso, Dra. Joyce Ferro disse que o médico do trabalho espera por esse momento por ser uma grande oportunidade de encontrar colegas, aprender e trocar experiências. “Vai ser uma oportunidade incrível para aprender e atualizar. Nosso objetivo não é só encontrar os colegas, mas essa troca de experiência, essa aprendizagem é o fundamental”, afirmou a médica, que estava agendada para a mesa sobre ‘Doenças de Trabalho’, no segundo dia do evento.
Programação científica: destaque nas entrevistas no segundo dia
Concentrar a programação do Congresso em menos dias e com muita atividade foi um acerto da comissão organizadora do evento na opinião do Dr. José Cincurá, diretor científico e sócio cultural da federada SPMT. “Realmente está completamente aprovado”, enfatizou sobre o formato do 21º Congresso.
Outro ponto alto do evento, conforme o diretor da SPMT, são as Mesas Redondas. “É um debate importante. Temos opinião de diversas pessoas ao redor de um tema e ainda permite depois do debate fazer perguntas para a plateia”, elogiou o médico, que participou de uma Mesa sobre doenças ocupacionais, contando com especialistas de diferentes áreas.
Para Dr. Ricardo Sebba os palestrantes foram bem escolhidos. “O Dr. Francisco sempre tem esse cuidado e a Dra. Rosylane também, de convidar pessoas que dominam o tema e com capacidade de transmitir a boa informação, atualizada”, analisou.
Ele destacou os pontos positivos do Congresso como o reforço do protagonismo do médico do trabalho. “Os palestrantes tem focado muito nisso. É importante reforçar que o médico do trabalho é protagonista dentro de uma instituição. Ele deve participar de mesas de decisões e orçamentárias, entre outras. Às vezes, o médico do trabalho é negligenciado pela alta liderança. Eu culpo o médico do trabalho que se omite em certos momentos. Então, o protagonismo do médico do trabalho é fundamental para a nossa área, destacou Dr. Sebba, ao enfatizar a importância do médico gestor coletar dados iniciais do trabalhador.
Após participar de uma Mesa Redonda sobre ‘Qualidade de Vida’, Dr. Ricardo Sebba chamou a atenção para a dificuldade de abordar o tema em uma instituição e de conseguir orçamento para isso. “O médico do trabalho tem que estar embasado nos dados, nos indicadores de saúde. Qualquer alteração na saúde do colaborador pode ser um indicador para convencer a alta liderança a aumentar o orçamento para isso”, completou.
Já Dr. Ricardo Hegele, vice-presidente da ABRAMET, destacou que cada congresso realizado pela ANAMT supera o anterior sempre em qualidade e receptividade dos temas científicos. “A programação apresenta temas muito importantes, que trazem atualização para o médico do tráfego, que é fundamental, porque contribui para que tenhamos cada vez mais qualidade em executar o nosso trabalho. Para a responsabilidade que temos, essa qualificação é necessária. A ANAMT e a AMIMT estão de parabéns porque realmente é um congresso muito diferenciado e muito bom”, enalteceu o vice-presidente, que já contabiliza participação em 15 congressos da ANAMT.
Dr. Hegele assistiu o maior número de palestras possível nos dois primeiros dias e a expectativa seria fazer o mesmo no último dia do evento. Ele participou de uma palestra sobre Saúde Mental e chamou a atenção para o tema sobre ‘Exames toxicológicos para os motoristas’.
Dr. Augusto, médico do trabalho em Angola, participou pela segunda vez do Congresso da ANAMT, e disse que os painéis do Congresso foram muito bem estruturados. “Dá para adquirir um leque de conhecimentos. É possível aprender, desaprender e reaprender”, elogiou o médico.
Segundo ele, Angola está dando os primeiros passos na medicina ocupacional. “O país tem aproximadamente 80 médicos do trabalho para 18 províncias. É um número exíguo. Precisamos crescer nesse setor,” disse, ao informar que mais três médicas angolanas participaram do evento.
Ele destacou temas apresentados ao longo do Congresso como saúde mental dos trabalhadores, novas tecnologias no serviço de saúde, medicina ocupacional e saúde ambiental, entre outros assuntos. “É importante ter um lugar apropriado para partilharmos o conhecimento e aprendermos o que é novo, o que vem sendo implementado, seja do ponto de vista da legislação na área da saúde ocupacional como também ter conhecimento dos modelos que tem que ser implementados baseados na prevenção da saúde do trabalhador, em todas as esferas da sociedade”, complementou o médico.