FPMed discute desafios do ensino, formação e atuação dos médicos no País

A Frente Parlamentar Mista da Medicina (FPMed) reuniu autoridades políticas, médicos e representantes de entidades médicas de todo o País, na tarde desta quarta-feira (9), para discutir os desafios da Medicina no País e soluções para o atendimento médico em regiões onde o serviço público de saúde está distante da população.

Coordenada pelo presidente da FPMed, deputado federal Dr. Hiran Gonçalves, a reunião teve formato híbrido, com participantes acompanhando por meio de videoconferência e outros de modo presencial, em um escritório localizado no Lago Sul, em Brasília, onde a reunião foi filmada e transmitida ao vivo.

Antes de dar a palavra aos participantes, o presidente da FPMed comentou sobre as dificuldades de se ter médicos disponíveis nos mais distantes rincões do País, o que força uma situação desfavorecedora quanto à qualidade do atendimento médico para todos. “O prefeito daquela pequena cidade distante não quer saber se o médico é formado no Paraguai, na Bolívia ou no Brasil. Ele precisa de alguém para atender e prescrever remédio para as pessoas”, observou Gonçalves. “Por isso devemos encontrar soluções para se criar atrativos para os médicos também chegarem nestas regiões.”

O deputado federal Dr. Luizinho, membro da FPMed e presidente da Comissão da Seguridade Social e Família, afirmou que a formação dos médicos está sofrendo uma perda de qualidade no ensino público e privado do País. Neste sentido, disse haver a necessidade de se pensar em projetos de lei que favoreçam a inclusão efetiva de médicos formados no corpo docente das universidades que oferecem o curso de Medicina.

“Nós precisamos pensar em todo momento na qualificação da formação dos médicos do Brasil. E se hoje defendemos com todas as forças o Revalida e a necessidade do exame para frear estudantes formados no exterior sem a devida avaliação educacional exigida para desempenhar a nossa função, precisamos reavaliar os cursos no Brasil também”, comentou Dr. Luizinho, que ainda chamou a atenção para o aumento de universidades particulares que surgem ofertando cursos de Medicina com mensalidades cada vez mais altas, chegando a cobrar até R$ 12 mil ao mês para cada aluno.

Revalida Light

Também participando presencialmente da reunião, a deputada federal Carmen Zanotto, enfermeira, integrante da Comissão Mista da Saúde e membro da FPMed, reforçou a necessidade de se lutar sempre para que a lei brasileira seja respeitada. Neste sentido, ela disse considerar importante acompanhar e cobrar com veemência a realização do Revalida de maneira correta e contínua.

“Precisamos fazer valer o que está na lei, que isso seja cumprido pelo Governo Federal, que se faça a prova do Revalida sim e que parem de cancelar a prova. Além disso, jamais podemos pensar no que está chamado de Revalida Light, como alguns projetos de lei insistem em sugerir e que não podem ganhar força no Congresso, pois isto significaria retrocesso para a medicina do País”, afirmou Carmen.

Um dos participantes da reunião por meio de videoconferência foi o jovem Rafael Lobo, diretor do Ensino Médico, da Associação dos Estudantes de Medicina do Brasil (Aemed-BR), que disse haver no País grande mobilização estudantil para que a excelência na formação da Medicina continue sendo buscada e alcançada pelas instituições de ensino consideradas sérias e capacitadas para isso. “Estamos juntos na batalha contra esse chamado Revalida Light”, concluiu.

Vetado pelo presidente Jair Bolsonaro em 2020, o projeto de lei criando apelidado Revalida Light liberaria faculdades privadas de Medicina a atuarem no processo de revalidação de diplomas, o que hoje é vetado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).

(Fonte: Frente pela Medicina)

Por |2021-06-17T15:10:53-03:0017 de junho de 2021|Institucional|Comentários desativados em FPMed discute desafios do ensino, formação e atuação dos médicos no País