“Neste momento, eu não estou preocupado com a CPI. Eu estou preocupado com as CTI´s, os nossos Centros de Terapia Intensiva, e se vai faltar oxigênio ou se vamos conseguir salvar mais uma vida”, disse o ministro da Saúde, Dr. Marcelo Queiroga, convidado principal de uma reunião organizada na noite desta segunda-feira (14), na sede da Associação Médica de Brasília, pela Frente Parlamentar Mista da Medicina (FPMed).
Demonstrando profundo respeito pelos profissionais médicos que foram constrangidos durante a CPI da Covid no Senado Federal, a reunião com o Queiroga foi prestigiada por diversos representantes de entidades médicas brasileiras, profissionais da medicina e parlamentares, entre os quais o presidente da FPMed e deputado federal, Dr. Hiran Gonçalves (Progressistas – RR), que conduziu a mesa dos trabalhos durante a reunião ao lado do Dr. José Dantas Mestrinho, coordenador do Instituto Brasil de Medicina (IBDM).
“Nossa prioridade número 1 é vencer o vírus covid”, disse Queiroga, iniciando sua fala, que foi fortemente aplaudida pelos participantes da reunião. De maneira firme e convicta, o médico demonstrou confiança no Plano de Imunização Nacional, que deverá viabilizar, até o fim deste ano, a vacinação contra a covid-19 de toda a população brasileira adulta, ou seja, de quem tem mais de 18 anos de idade.
Ele citou o destaque de algumas reportagens nesta segunda-feira, quando alguns governadores anunciaram a imunização da população adulta já no mês de setembro, mas lembrou que absolutamente todas as vacinas disponíveis no País foram viabilizadas pelo Governo Federal. “A vacina não é deste ou daquele político, a vacina é do povo brasileiro, é uma política pública e um dever do Estado que estamos cumprindo.”
Queiroga afirmou que há um total de 630 milhões de doses dos imunizantes contra covid-19 compradas, o que dará condições para toda a população ser vacinada ainda neste ano. “Conseguimos vacinar 2,4 milhões de pessoas ao dia. Somos o mais eficiente sistema de imunização do mundo. E não custa lembrar que 71% dos índios aldeados já foram imunizados com as duas doses da vacina contra covid-19”.
Defensor do SUS
Parabenizando a todos os profissionais que seguem na linha de frente contra a covid-19 no Brasil, possibilitando o salvamento de milhões de vidas, com pacientes que venceram o vírus após receberem tratamento adequado pelo sistema público de saúde, o ministro Queiroga reforçou a necessidade de se pensar no SUS daqui para frente, destacando algumas ações que já estão em andamento no Ministério da Saúde.
Segundo ele, existe hoje um direcionamento claro que consiste em aprimorar os recursos humanos disponíveis para o SUS. “Precisamos cuidar mais da nossa formação, especialmente dos médicos intensivistas, que ainda faltam no País. Teremos bolsas de incentivo e um apoio mais do que merecido para os preceptores de todo o País. E precisamos também cuidar das nossas 40 mil UBS´s e se pensar a telemedicina, que poderá beneficiar quem vive em áreas mais remotas e que tanto necessitam do atendimento médico gratuito.”
Ainda sobre o SUS, Queiroga disse que haverá uma necessidade de se pensar uma reforma sanitária no País em breve, possivelmente após as eleições de 2022. “Ano que vem teremos que optar pelo projeto deste Governo, liberal na economia e conservador em relação aos costumes, com postura de lisura e probidade, ou então se vamos querer repetir um passado o qual deixou o SUS do jeito que está. Não adianta colocar dinheiro para a concretude de políticas públicas se este dinheiro servir para a corrupção”, alertou Queiroga.
União da classe médica
Além do ministro da Saúde, a reunião da FPMed teve como convidada especial a Dra. Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde do Ministério da Saúde, profissional que também foi convocada pela CPI da Covid e que, assim como se repetiu com o ministro Queiroga e a Dra. Nise Yamaguchi, foi desrespeitada por parlamentares durante a sabatina.
“Quem salva vidas, merece respeito”, afirmou Dr. Hiran Gonçalves. “Tem sido uma CPI circense”, lamentou ainda o presidente da FPMed, que considerou a reunião da noite desta segunda-feira como ato em solidariedade com os profissionais da medicina e também como forma de demonstrar o poder da classe, principalmente em um momento tão delicado como este, envolvendo o enfrentamento de um vírus letal durante a pandemia.
Para a Dra. Mayra, o momento atual não permite qualquer tipo de abalo por parte da respeitada classe médica brasileira, ainda que tenha havido episódios de flagrante constrangimento durante a CPI da Covid no Senado. Ela agradeceu pelo apoio imediato prestado pela FPMed e afirmou que o momento é de união de toda a classe médica brasileira.
“Nós não podemos nos separar, e a nossa luta é pela autonomia médica, direito assegurado pelo Conselho Federal da Medicina. Não é o Senado ou outras pessoas sem embasamento médico que devem definir a autonomia do nosso trabalho”, disse Dra. Mayra, que aproveitou a reunião, também, para anunciar um reajuste de 24% em todas as bolsas para residentes do País, corrigindo perdas acumuladas nos últimos quatro anos. “Estamos com um grande e merecido plano de valorização profissional dos médicos brasileiros.”
Reunião prestigiada
Na reunião, a FPMed teve a honra de contar com a presença, dentre vários convidados, dos deputados federais Dr. Jaziel (PL/CE), Cezinha de Madureira (PSD/SP) e Evair de Melo (PP/ES), e também da deputada federal Dra. Carla Dickson (PROS/RN).
O encontro com o ministro da Saúde, Dr. Marcelo Queiroga, também recebeu o apoio de representantes de diversas entidades médicas, entre as quais o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB), a Federação Nacional dos Médicos (FENAM) e a Federação Médica Brasileira (FMB).
Fonte: FPMed
