17º Congresso Nacional: Agenda 2030 e a promoção de saúde nas empresas

Qual é o mundo que deixaremos para os nossos descendentes? De que forma a humanidade e suas formas de produção e consumo estão impactando o clima e comprometendo as futuras gerações? Essas foram algumas questões levantadas por Marco Akerman, professor do departamento de Política, Gestão e Saúde da Universidade de São Paulo (USP) e presidente da CEPEDOC Cidades Sustentáveis (Centro de Estudos, Pesquisa e Documentação em Cidades Sustentáveis) na manhã deste sábado, no 17º Congresso Nacional da ANAMT, que é realizado em Brasília (DF).

Akerman ministrou a semiplenária “Promoção da Saúde e Agenda 2030” e apresentou um cenário preocupante para o planeta. Após introduzir o conceito de saúde planetária – que combina a saúde da civilização humana e o estado dos elementos da natureza que o incluem –, o especialista indicou a crescente linha anticientífica que tem se apresentado no mundo nos últimos anos.

“Vivemos uma enorme crise representativa em todo o mundo, e é uma crise que vem acompanhada da construção de uma forte narrativa antiestatal, anticientífica e pró-mercado, ignorando a necessidade de ações combinadas do governo e da sociedade civil para reverter estas tendências climáticas”, afirma Akerman. “A injusta distribuição de renda e recursos também faz com que 10% da população mais rica do mundo produza mais de 50% dos efeitos climáticos que estão prejudicando o planeta. E os maiores prejuízos estão recaindo justamente sobre as camadas e regiões mais pobres”.

Para contornar esse processo, o professor da USP aponta que, para o futuro, as lideranças responsáveis devem trabalhar para reverter esse ciclo e disseminar – entre outros pontos – o conceito de consumo e produção responsáveis.

“Colaborar faz bem para a saúde da terra, competir faz mal. Precisamos nos perguntar como podemos negociar com a natureza para conter esse processo. E essa mudança só será possível se construirmos lideranças e ações responsáveis e pautadas pela pesquisa científica”, alertou Akerman. “Nesse sentido, o governo e os setores de saúde das empresas devem buscar convergências. De nada adianta o Médico do Trabalho recomendar que o funcionário seja mais ativo fisicamente e caminhe mais se ele mora longe do ambiente de trabalho. Precisamos de cidades mais amigáveis também”.

Por |2019-05-18T12:13:14-03:0018 de maio de 2019|Eventos|Comentários desativados em 17º Congresso Nacional: Agenda 2030 e a promoção de saúde nas empresas