Condições de trabalho na hotelaria fragilizam a saúde das camareiras

Longas jornadas de trabalho, baixos salários e exigência das tarefas de manutenção diária de grande quantidade de apartamentos em hotéis têm causado diversos problemas para a saúde física e mental das camareiras.

Em entrevista, o diretor executivo do Sinthoresp – Sindicato dos Trabalhadores em Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de São Paulo e Região, Rubens Fernandes da Silva, explica que várias redes hoteleiras exigem das profissionais a limpeza de mais de 20 ambientes na jornada diária, que pode se estender até nove ou dez horas, no caso de horas extras. “Uma quantidade que consideramos abusiva”, complementa.

Fernandes lembra que os apartamentos na hotelaria têm diferentes dimensões, que vão desde quartos econômicos até grandes suítes, mas as empresas consideram apenas a quantidade de ambientes nas metas de trabalho das profissionais. “Estamos tentando negociar com os empregadores o estabelecimento de um limite de produtividade, de acordo com a metragem dos cômodos”, afirma Fernandes.

As tarefas de limpeza, arrumação e higienização dos quartos expõem as camareiras a diversos riscos, entre eles, os ergonômicos, já que a atividade envolve diferentes posturas e grande esforço físico nas trocas e montagens das camas. Segundo o diretor do Sinthoresp, com a ausência de medidas preventivas, as consequências são lombalgias, transtornos musculoesqueléticos, lesões por esforços repetitivos (LER), entre outras doenças. O contato com produtos químicos utilizados na limpeza é outro fator de agravo à saúde das trabalhadoras, já que o uso de EPIs não é uma prática rotineira.

(Fonte: Podprevinir)

Por |2017-03-31T10:18:52-03:0031 de março de 2017|Saúde no trabalho|Comentários desativados em Condições de trabalho na hotelaria fragilizam a saúde das camareiras